A segunda obra da trilogia, “O Chimpanzé”. Nesta o artista continua falando sobre equilíbrio de uma forma geral; ele quer falar de justiça social. O cenário é bem tropical, de variadas espécies. Animaizinhos, flores, folhagens; a vida flui, acontece naturalmente. Daí surge em meio a esse Paraíso uma figura simpática, amorosa, o Chippado. Ele traz consigo elementos da cidade grande, cabos USB, balança, etiquetas com importantes mensagens. E, ao se deparar com tamanha beleza, riqueza natural incontestável, dessas que ainda encontramos em abundância no hemisfério sul, emerge sobre a cabeça como quem não quer nada aquele “chimpanzé” da razão. Observem! O Chimpanzé só aparenta não estar nem aí. A verdade é que todo o núcleo desta obra se concentra justamente nele. A atitude descomprometida do elemento na cabeça do Chippado nos demonstra, quão ele está na verdade concentrado, em se inteirar da realidade calamitosa em que se encontra o mundo. Não podemos afirmar se existe ainda muitos que conservam aquele hábito de ler o jornal, mas os que já tiveram este hábito, ou que ainda possuem, sabem que o cruzar de pernas, o desligar-se de tudo o que está em volta, na verdade é um ritual de entrega. Quanto maior o grau de desligamento, maior a importância dos fatos que se está lendo, ou vice-versa. Essa é a imagem que o Chimpanzé leitor nos transmite. Ele realmente está comprometido em se inteirar dos fatos. A situação fica ainda mais interessante se observarmos, que a faixa com a cruz vermelha no braço do Chimpanzé demonstra estar ele preparado, para situações desastrosas tanto no social, quanto na natureza, desastres climáticos, possivelmente.
CHIPPADO, CHIMPANZÉ, A BALANÇA E O JORNAL
Acrílico sobre tela / 150 x 170 cm (2.55m²) / 2019
R$ 45.900,00
